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Artesanato capixaba movimenta economia no Espírito Santo

Na próxima terça-feira (19), data em que é celebrado o Dia Nacional do Artesão, os artesãos capixabas têm um encontro marcado no Salão São Tiago, no Palácio Anchieta, em Vitória. O objetivo do evento é discutir políticas públicas voltadas para a categoria, além de comemorar todas as conquistas alcançadas pelos artesãos.

No Espírito Santo, cerca de 12 mil artesãos fazem parte do cadastramento único dos artesãos do Brasil, ou seja, estão devidamente registrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB). No entanto, segundo a vice-presidente da Federação das Associações dos Artesãos do Espírito Santo (Feartes) e presidente da Confederação Brasileira dos Artesãos, (Conart), Maria das Graças Reis Costa, aproximadamente 40 mil pessoas trabalham com artesanato no Estado sem o registro. O trabalho realizado movimenta cerca de R$ 2 bilhões, por ano, na economia do Espírito Santo.


Com influências indígenas, portuguesas, dos imigrantes europeus, além dos africanos, mas com jeito de fazer todo especial dos brasileiros, o artesanato capixaba tem se destacado cada vez mais no cenário nacional. As produções podem ser encontradas em tecelagem, cerâmicas, fibras, trançados, objetos em coco e madeira, trabalhos com conchas e sementes, linhas e tecidos, entre outras tipologias.


Uma das artesãs devidamente registradas e que contribui com a economia do Estado é Cristina Maria Ribeiro Lauteman. O trabalho da artesã, de 67 anos, moradora do município de Anchieta, no litoral sul do Espírito Santo, é transformar escamas de peixe e conchas em flores. O produto, que provavelmente seria descartado por não ter serventia para muitas pessoas, virou fonte de renda para ela, que manda seu trabalho para todo o Brasil e até o para o mercado externo.

Só para ter uma ideia, em oito meses de trabalho, Cristina Lauteman produziu cerca de 5.200 dúzias de flores de escama de peixe para uma grande loja. Isso representa 62.400 flores, que utilizaram 62.400 hastes e 62.400 miolos da flor, além de 561.600 pétalas cortadas uma a uma — todo o processo produtivo é realizado artesanalmente.


Segundo a artesã, o trabalho dela começou a ficar conhecido nas feiras de comercialização apoiadas pelo Governo do Espírito Santo, por meio da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do estado (Aderes). “As feiras de comercialização são eventos realizados para apoiar os pequenos empreendedores e, nesse espaço, a gente leva os nossos produtos. E isso é fundamental para nossa divulgação e vendas. Além disso, a gente também participa de feiras em outros estados e isso nos proporciona mais visibilidade ainda”, afirmou Cristina Lauteman.


Para a presidente da Feartes, Maria da Penha Wasem, o dia 19 de março é uma data muito importante para o artesão de todo o País, pois chama atenção para o trabalho realizado pelos artesãos do Estado. “Se reunir para comemorar esse dia especial é de extrema importância para todos nós e poder discutir políticas públicas para o artesão é fundamental para que possamos melhorar cada vez mais o nosso trabalho”, disse Penha Wasem.


“Ter voz e poder lutar por melhorias para os artesãos de todo Brasil é de extrema importância para nossa categoria e isso nós vamos fazer incansavelmente”, disse a presidente da Conart e vice-presidente da Feartes, Maria das Graças Reis Costa.


Ela chamou atenção para a data em que se comemora o Dia Nacional do Artesão e falou da necessidade de se refletir sobre temas, como profissão, trabalho, inclusão social, sustentabilidade e geração de renda da categoria. “Sabemos que o segmento do artesanato sempre enfrentou diversos desafios, mas com persistência e vontade lutamos para chegar aonde precisamos e tudo isso é possível porque podemos contar com o Governo do Estado, por meio da Aderes, além do Sebrae, que tem nos acompanhado durante todo esse tempo”, afirmou Maria das Graças Reis Costa.


O gerente de artesanato da Aderes, Juliano Nogueira, disse que várias ações estão sendo pensadas para o ano de 2024 e 2025. “Temos os nossos editais de chamamento público voltados para os nossos artesãos, tanto para as feiras comerciais do nosso Estado quanto para as nacionais. Além disso, vamos entrar na segunda fase do Programa do Artesanato Competitivo, que vem com capacitações e a criação de um catálogo do artesanato. E estamos alinhados com a gestão do Programa Brasileiro de Artesanato (PAB), o que fortalece o trabalho dos artesãos no Espírito Santo. Temos muito para comemorar, pois vemos que o trabalho do artesão capixaba tem se destacado em todo o País”, destacou.

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